“A comunidade luso-venezuelana quer mais promoção local da cultura e da língua portuguesa, inclusive entre os venezuelanos, em Los Altos Mirandinos (25 quilómetros a sul de Caracas), uma localidade onde residem mais de 30 mil portugueses.
“Deve haver mais promoção da cultura e de tudo. Quem nasceu na Venezuela e até mesmo que não viaja lá [a Portugal] com frequência conhece apenas algumas coisas de Portugal, mas deveríamos conhecê-lo mais”, disse uma lusodescendente à Lusa.
Maria José Nunes, publicista e radialista, está orgulhosa das suas raízes, mas com alguma tristeza disse que “entente tudo, mas não fala” português.
“No meu caso, Portugal é a minha segunda terra, porque a primeira é a Venezuela, onde nasci, mas tive a experiência de passar alguns meses em Portugal, porque fique ‘varada’ [impedida de regressar] por causa da pandemia [de covid-19]. Além do Funchal, apaixonei-me por Portimão, Lisboa e Portugal, que até então não conhecia”, explicou.
Por outro lado, o luso-venezuelano Serafín de Abreu, produtor do espaço radiofónico “Com Sabor a Portugal”, transmitido aos fins de semana pela rádio Altos 107.1 FM, explicou à Lusa, que na região vivem “mais de 30 mil portugueses” principalmente dedicados à agricultura e ao comércio.
“Nós, que nascemos aqui, não temos a história viva [experiência de vida] desse grande país que é Portugal. Muita gente, por exemplo, não sabe que Luís de Camões não tinha um olho. Nós, os lusodescendentes levamos Portugal no coração mesmo sem saber muito [sobre ele]”, afirmou.
Segundo Serafín de Abreu, “há muitos venezuelanos que querem conhecer Portugal” e no seu caso “a rádio é um meio para divulgar a cultura”.” (fonte: Blogue do IILP)