“São estrangeiros e querem aprender a falar a nossa língua. Seja para comunicar melhor com os familiares, por razões profissionais ou apenas pelo interesse em estudar. E são cada vez mais.“
“Bica. Foi esta a palavra que a norte-americana Angela escreveu no quadro verde quando lhe perguntámos o seu vocábulo preferido ou expressão em português. Entre risos, ainda hesitou, já que tartaruga também lhe soava bem. Mas não, foi bica que redigiu, na vertical. Depois, aproveitou cada uma das letras para acrescentar um significado: “Bebe Isso Com Açúcar”. Gargalhada geral.”
“Angela é de Pittsburg, Califórnia, mas está muito longe de casa, na sala da CIAL – Centro de Línguas, junto ao Mercado 31 de Janeiro, no alfacinha Saldanha. Na última das quatro semanas do curso de português (o nome correto é Português Língua Estrangeira – PLE), quer comunicar melhor com a nora, que é brasileira. A preparação da visita que vai fazer ao filho, no Brasil, incluiu, assim, a aprendizagem de uma língua que não conhecia.”
“Na mesma sala estão sete alunos de outras nacionalidades. Os manuais e os TPCs estão em cima da mesa, assim como alguns dicionários. A tímida Megumi, japonesa, é uma das que mais consulta os livros. Ana Dias, a professora, vai seguindo a ordem do exercício desse dia. Os alunos fazem perguntas uns aos outros segundo uma temática ou expressão indicada no livro. “Angela, tens ou já tiveste algum animal doméstico?” A americana responde que tem um cão e um gato, mas que ao longo da vida teve cinco “cãos”. Ana dias corrige para “cães” e ela repete a expressão. A seguir, o luso-suíço Gaspar responde que tem “dois gatos e alguns pássaros”. Procura a palavra da espécie e, com a ajuda da professora, abre muito os olhos e diz “isso, canários!”. Gaspar tem primos portugueses e quer aprender português para falar com eles.” (fonte: Blogue do IILP)