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Paulo Jorge Delgado Pereira Tunhas (1960-2023) foi Professor Auxiliar do Departamento de Filosofia da FLUP e Investigador Principal do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto, Universidade onde também tinha concluído a Licenciatura em Filosofia. Doutorou-se em filosofia na École des Hautes Études en Sciences Sociales com a tese Abîmes, Passages, Limites. Système et pré-système chez Kant (1998), dirigida por Fernando Gil e que permanece inédita. Antes de ingressar na Universidade do Porto foi professor na Universidade Fernando Pessoa (1997-2008) e foi Pesquisador Visitante no Instituto Universitário de Pesquisa do Rio de Janeiro (2016).

Paulo Tunhas construiu uma aproximação original à filosofia como ideia e sistema, procurando apreender o que é pensar e as suas articulações com a evidência, a existência, a ação, em busca da “poética da filosofia”, projecto que trabalhou nos últimos anos e deixou inacabado.

Participou regularmente em encontros de filosofia e debates públicos. Os seus trabalhos de filosofia encontram-se dispersos por inúmeras obras colectivas ou revistas, no país e no estrangeiro. Publicou os livros O essencial sobre Fernando Gil, INCM, 2007; O pensamento e os seus objectos. Maneiras de pensar e objectos de pensamento, FLUP, 2012; As questões que se repetem. Uma breve história da filosofia (com Alexandra Abranches), D. Quixote, Lisboa, 2012; e organizou diversos volumes coletivos: William James: Self e emoções (org., com Paulo de Jesus), em Filosofia: Revista da FLUP, 2010-2011; Kierkegaard no Porto, 2013 (org. com José Meirinhos) em Filosofia: Revista da FLUP, 2014; Ser ou não ser kantiano (org. com Sofia Miguens, João Alberto Pinto e Susana Cadilha), Colibri, Lisboa, 2014; Kant, Philosophy of Mind and Epistemology (org., com Sofia Miguens) na revista Con-textos Kantianos, Madrid, 2017. Colaborou em diversas obras de Fernando Gil, nomeadamente Modos da evidência, INCM, Lisboa, 1998; A ciência tal qual se faz, Sá da Costa, Lisboa, 1999; Acentos, INCM, 2005. Em 2003 publicou com Fernando Gil e Danièle Cohn a obra Impasses, seguido de Coisas vistas, coisas ouvidas, ed. Europa-América.

Dedicou estudos a autores de todas as épocas e de diferentes domínios da ilosofia e da literatura, o que testemunha bem os seus vastos interesses: Hipócrates, Platão, Aristóteles, Sá de Miranda, Montaigne, Leibniz, Hume, Kant, Fichte, Kierkegaard, Nietzsche, Freud, Wittgenstein, Benjamin, Merleau-Ponty, Rawls, Karl-Otto Apel, Fernando Gil, René Girard, Agustina Bessa-Luís, entre outros.

Ao longo dos anos publicou comentário político, na última década sobretudo no e-jornal Observador. Antes tinha já colaborado em suplementos culturais de jornais diários como O Primeiro de Janeiro e publicado dois livros de poesia e um romance em fascículos, obras que terão reedição próxima. Melómano, foi também autor do libreto da ópera A Little Madness in the Spring (Casa da Música, 2006), de onde extraiu o poema “No caminho de Palmira” que enviou para o livro 110 anos, 110 poetas comemorativo dos 110 anos da Universidade do Porto (org. Isabel Morujão, U.Porto Press, 2021, pp. 219-220).

Nota biográfica da autoria de José Francisco Meirinhos (Instituto de Filosofia da Universidade do Porto)