U.Porto Press apresenta PHOSPHORUS (ENTRE VÉNUS E LÚCIFER), de Manuel João Monte

U.Porto Press apresenta PHOSPHORUS (ENTRE VÉNUS E LÚCIFER), de Manuel João Monte

Phosphorus (Entre Vénus e Lúcifer) é a quarta peça de teatro da autoria de Manuel João Monte, docente jubilado do Departamento de Química e Bioquímica (DBQ) da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, onde começou a lecionar em 1980. Depois de O Bairro da Tabela Periódica (2019) – título distinguido com o Prémio José Mariano Gago de Divulgação Científica 2021, da Sociedade Portuguesa de Autores –, de Arsenicum (2020) e Que Coisa é o Mundo (O Estado Dogmático – 2021, em co-autoria com Sofia Miguens –, Manuel João Monte faz do fósforo o “ator principal” do seu mais recente livro, contando como foi acidentalmente descoberto em 1669, durante tentativas de produção de ouro a partir da urina, pelo alquimista Hennig Brandt.

Tal como as três peças anteriores, também Phosphorus (Entre Vénus e Lúcifer) foi publicado pela Editora da Universidade do Porto, na Coleção Fora de Série.

LANÇAMENTO DO LIVRO

A sessão de apresentação pública desta nova peça de teatro de Manuel João Monte está marcada para o próximo dia 29 de março, pelas 14h30, na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP)/Auditório Ferreira da Silva (Edifício de Ciência de Computadores – FC6, Rua do Campo Alegre, 1021/Porto).

Fátima Vieira, Vice-Reitora da U.Porto para a Cultura, Museus e U.Porto Press, e autora do prefácio, fará a apresentação do livro. Estarão ainda presentes Ana Cristina Freire, Diretora da FCUP, Joaquim Faria, Presidente da Sociedade Portuguesa de Química, Maria da Conceição Santos, Subdiretora da FCUP e Diretora da Biblioteca, e Pedro Alexandrino Fernandes, Diretor do DBQ, para além do autor.

A sessão prosseguirá com leituras dramatizadas de algumas cenas do livro, a cargo do grupo de teatro “Trupe FCUP”, e encerrará com um Porto de Honra.

A entrada é livre.

SOBRE A OBRA

Como explica Manuel João Monte na introdução, a descoberta do fósforo foi meramente acidental. Tal como diversos outros alquimistas do século XVII, também Hennig Brandt aspirava à descoberta da mítica pedra filosofal, “que lhe permitiria, caso tivesse sucesso, obter ouro a partir de outros metais e uma vida longa”. Para o efeito, reuniu em sua casa mais de 200 litros de urina, aos quais foi adicionando materiais selecionados ao acaso. O resultado não foi a criação da pedra filosofal, mas a produção acidental, em 1669, de uma pedra que designou de phosphorus – cujo símbolo químico é “p”, em inglês pronunciado como “pi”, ironicamente semelhante ao termo, também inglês, “pee” (urina ou urinar, em linguagem coloquial). Esta é, como comenta Manuel João Monte, “uma das piadas químicas mais interessantes”. O autor lembra ainda o efeito quase mágico produzido com o fósforo que, ao entrar em contacto com o ar, reage espontaneamente, emitindo luz (quimioluminescência).

PHOSPHORUS (ENTRE VÉNUS E LÚCIFER) integra a Coleção Fora de Série, da U.Porto Press. (FOTO: U.Porto Press)

Estruturada em 16 cenas, a trama desta peça, que se desenrola nos séculos XVII e XXI, aborda temas da atualidade, como “a sustentabilidade da vida e do nosso desenvolvimento” e os problemas ambientais. Manuel João Monte demonstra a sua preocupação face aos recursos minerais do fósforo: apesar de ser “nutriente fundamental para o crescimento das plantas”, ele escasseia “perante as necessidades básicas de uma população que já atingiu os oito mil milhões”.

Para Fátima Vieira, autora do prefácio, este livro “representa uma fase de maturação” da produção dramática de Manuel João Monte, defendendo que “à investigação rigorosa alia-se uma notável mestria da técnica de construção de uma peça de teatro”.

“Passado, presente e futuro encontram-se engenhosamente entretecidos nesta peça (…) para transmitirem uma mensagem poderosa”, prossegue Fátima Vieira: que o avanço científico tem solucionado problemas da nossa vida e que “haverá certamente também uma solução para a situação de escassez do fósforo que atualmente enfrentamos”.

Este título está disponível na loja online da U.Porto Press.

SOBRE O AUTOR

Manuel João Monte jubilou-se em agosto de 2019,  sendo atualmente Professor Associado Convidado do Departamento de Química e Bioquímica da FCUP. Coordena o grupo de investigação em Termodinâmica Molecular e Supramolecular do Centro de Investigação em Química da U.Porto. Traduziu para português as peças de “Ciência-no-Teatro” Oxigénio (2005), de Carl Djerassi e Roald Hoffmann, e Falácia (2011), de Carl Djerassi, publicadas pela Editora da U.Porto. É autor da peça O Bairro da Tabela Periódica (U.Porto Press, 2019), tendo sido galardoado, em 2021, com o prémio José Mariano Gago, da Sociedade Portuguesa de Autores. Em 2020 escreveu a peça Arsenicum e, em 2021, Que Coisa é o Mundo (O Estado Dogmático) – esta em coautoria com Sofia Miguens –, também publicadas pela U.Porto Press.

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