Junho, 2022

29Jun21:30Música na Cidade | Mankes Piano Quartet21:30 Casa Comum - Reitoria da U.Porto, Praça Gomes TeixeiraEvent Type :Música

Detalhes do Evento

Complementando-se como luvas para as mãos esquerda e direita, este programa apresenta dois imensos quartetos em quatro andamentos, de Gabriel Fauré (1845-1924) e Johannes Brahms (1833-1897).
O primeiro nasceu e viveu toda a sua vida em França. Iniciou a sua carreira como organista e compositor depois de terminados os estudos com Camile Saint-Säens – que se veio a revelar um grande amigo – em Paris. Na altura em que foi composta, a música de Gabriel Fauré não teve grande sucesso e os editores musicais mostravam-se relutantes em publicá-la. A sua música tende a ser associada a uma certa beleza estética da aristocracia da época. O primeiro Quarteto com Piano, Op. 15, será, pois, uma exceção à regra. Composto entre frustrações de um complicado relacionamento com Marianne Viardot, a obra revela uma grande conotação trágica; contudo, sempre harmonizada pela elegância.
Se a música de Fauré trespassa através de um filtro de elegância, talvez a música de Johannes Brahms seja ouvida através de uma imensa contemplação, dramática e altamente intelectual. Quase um concerto para piano no que diz respeito ao tamanho, o primeiro Quarteto com Piano, Op. 25, é nada menos que monumental. Quatro andamentos “sinfónicos”, tocados em requisitado molto espressivo, como fundação desta obra-prima. É sentida a influência cigana aos olhos de um homem alemão, culminando num vigoroso finale, de seu nome “Rondo alla Zingarese”!

PROGRAMA:

Gabriel Fauré: Quarteto com Piano N.º 1 em Dó menor, Op. 15

I – Allegro molto moderato

II – Scherzo (Allegro vivo)

III – Adagio

IV – Finale (Allegro molto)

Johannes Brahms: Quarteto com Piano N.º 1 em Sol menor, Op. 25

I – Allegro

II – Intermezzo. Allegro ma non troppo

III – Andante con moto

IV – Rondo alla Zingarese. Presto

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Sobre Mankes Piano Quartet

Criado em 2019, o Mankes Piano Quartet é um grupo internacional de música de câmara, formado por Shane van Neerden (EUA), no piano, Emil Peltola (Finlândia), no violino, e os portugueses João Álvares Abreu, na viola, e Henrique Constância, no violoncelo. Nestes últimos anos, o grupo tem trabalhado regularmente com músicos como Nobuko Imai, Pedro Carneiro, Michel Dispa e Frank Peters. Foram, recentemente, o primeiro quarteto de piano a ser aceite na NSKA – Netherlands String Quartet Academy, onde terão a oportunidade de trabalhar regularmente com destacados músicos de câmara como Marc Danel (Quatuor Danel).  O Mankes Piano Quartet tem realizado diversos concertos quer na Holanda quer em Portugal, tocando em lugares como o Palácio da Bolsa, no Porto, o Museu Nacional da  Música, em Lisboa, a Fundação Cupertino de Miranda e a Casa das Artes, em Famalicão, e a sede da Orquestra de Câmara Portuguesa, em Oeiras. Também se apresentaram na RTP 1 e na Antena 1.   Em outubro de 2021, durante uma série de concertos que realizaram nos Açores, foram selecionados para desenvolver um projeto integrado na candidatura açoriana a Capital Europeia da Cultura 2027. Nesse âmbito, o quarteto desenvolveu um projeto experimental que estabelece uma ligação entre a música tradicional açoriana e a música clássica ocidental. 

Porquê “Mankes”? 

Apesar de só recentemente ter ganhado popularidade, o pintor holandês Jan Mankes (1889-1920) produziu um leque alargado de obras de caráter muito pessoal e inspirador, sendo uma fonte de estímulo não só para o quarteto que tem o seu nome, mas para quem aprecia delicadeza e subtileza.   Na obra de Mankes, cuja fama infelizmente pouco ultrapassou as fronteiras do seu país natal, abunda a suavidade, a ternura, a transparência, a sensibilidade, a reflexão e, talvez de forma mais importante, a “sugestão”.  Através desta última, Jan Mankes consegue imprimir à sua arte a qualidade de um quase completo silêncio, em que não se chega a conclusões.   Esta abordagem, paradoxal no que que diz respeito à música, representa aquilo pelo qual nos esforçamos constantemente – uma qualidade de expressão musical que abandona o rudimentar e impregna aquilo que não é exprimível através de palavras; que sejamos capazes de atingir a vivacidade do momento: criação pura! 

Concerto integrado na Cidnay International Master Class Series 2022, Violin & Chamber Music Academy

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