Abril, 2022

27Abr18:30Do Contemporâneo ao Barroco, de 2015 a 1720: uma pequena retrospetiva da história da música18:30 Casa Comum - Reitoria da U.Porto, Praça Gomes TeixeiraEvent Type :Música

Detalhes do Evento

Tiago Costa, violino, Olga Vasilyeva, piano

Obras de Colomina i Bosch, Messiaen, Prokofiev, Schumann, Mozart e Bach

27 de abril de 2022, 18h30 | Auditório da Casa Comum (Reitoria da Universidade do Porto)

ENTRADA LIVRE

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Programa

Shpigl, para violino solo, de Òscar Colomina i Bosch

Shpigl (espelho em Yiddish) é uma peça encomendada pela Yehudi Menuhin International Violin Competition, e foi concluída em 21 de dezembro de 2015. Combina uma série de tópicos, o mais fundamental derivado da autobiografia de Menuhin, Jornada Incompleta: a sua ideia da vida como uma jornada de procura e transformação. O papel do espaço externo paralelo à mudança interna inspirou o compositor após ter lido uma entrada no Dicionário de Símbolos de J. E. Cirlot: “viajar é procurar, é a tensão da procura e da mudança e o movimento que daí deriva”.

Menuhin defende que “o individuo não deve ser sempre dependente do produto final. É a transformação, a mudança do cru para aquilo que é a expressão do nosso próprio ser que inspira o compositor a dar grande flexibilidade ao artista, num estilo de quase improvisação, de forma que eu possa moldar a minha jornada através do material e do espaço, fazendo da peça a minha peça”.

O compositor combinou tudo isto com memórias de obras que eram significativas na própria jornada de Menuhin: as quatro primeiras notas do concerto de Elgar para violino, os intervalos e impulsos rítmicos da sonata para violino solo de Bartok, o cromatismo da sonata número três de Enescu, a cadência de Kreisler do concerto de Beethoven. Todas estas obras tiveram um papel na vida de Menuhin e têm um papel importante na obra Shpigl, nova e inacabada.

“I travel not to go anywhere, but to go. I travel for travel’s sake. The great affair is to move” – Robert Louis Stevenson

Tema e Variações, de O. Messiaen

Tema – Modéré

Variação 1 – Modéré

Variação 2 – Un peu moins modéré

Variação 3 – Modéré, avec éclat

Variação 4 – Vif et passionné

Variação 5 – Très modéré

O tema tem somente 28 compassos, de construção simples, composto de três motivos. Cada um é facilmente escutado pelo ouvinte. No fim do tema e em todas as variações, incluindo a final, temos sempre a sensação de inconclusão. Messiaen deixa o ouvinte expectante, na dúvida entre a existência de um seguimento para uma próxima variação ou a sensação de uma pergunta por responder. A peça termina como que com um prenúncio da inevitabilidade do destino.

Muitos das composições de Messiaen representam as suas crenças religiosas, mas outras representam os seus sentimentos para com a sua família. Tema e variações foi um presente de casamento para a sua primeira mulher, Claire Delbos, violinista e compositora.

Messiaen escreveu esta peça ainda muito jovem, mas mesmo assim a peça evidencia as raízes da linguagem harmónica particular deste compositor.

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