CALL FOR PAPERS | Educação, liberdade e democracia: Celebrar 50 anos do 25 de abril

2024-03-04

Número especial da Educação, Sociedade & Culturas
EDUCAÇÃO, LIBERDADE E DEMOCRACIA: CELEBRAR 50 ANOS DO 25 DE ABRIL
Submissão de artigos (até 8000 palavras incluindo referências): até 30 de junho de 2024
Publicação: 2024

Os/As Editores/as
Sofia Marques da Silva, CIIE/FPCE, Universidade do Porto, Portugal
Sofia Castanheira Pais, CIIE/FPCE, Universidade do Porto, Portugal
Armando Loureiro, CIIE, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Celebrar 50 anos é escrever de memória vários pontos de interrogação aos caminhos feitos: social, político, económico, cultural, da educação. Faz meio século que Portugal colocou um ponto final em quatro décadas de ditadura fascista. As transformações ocorreram nos diferentes setores da nossa sociedade e, em alguns deles, como no da educação, procurámos compensar em poucas décadas séculos de atraso e de desinvestimento intencional. Consolidou-se uma escola pública, não já reservada a elites, mas aberta a crianças e jovens de realidades e contextos diversificados. Procurou-se garantir a igualdade de oportunidades de acesso e sucesso nos diferentes ciclos de estudos do nosso sistema de ensino. Este movimento foi acompanhado de largas expectativas sobre a escola, esperando-se que contribuísse de forma mais efetiva para a mobilidade social ascendente; para o desenvolvimento de cidadãos/ãs críticos/as e capazes de participar na sociedade; para formar pessoas para futuros mais incertos e rápidas transformações no mundo do trabalho. A história pública das escolas, nomeadamente no ensino superior, mostra caminho feito para que a educação de qualidade não esteja apenas reservada a “herdeiros”[1]. Esse caminho tem sido feito não apenas na e através desta instituição, mas também de muitas outras da sociedade civil que têm dado realce ao papel que a educação, nas suas diferentes facetas, tem tido na promoção dos valores de Abril.

Apesar do caminho feito, a nossa sociedade e, em particular, a educação, enfrenta diversos desafios que testam o seu papel democrático, emancipador e inclusivo. Por isso, deve ser capaz de estar atenta e criar respostas participadas, por exemplo, para a diversidade e multiculturalidade existente, para o desenvolvimento de pessoas para a solidariedade, para a não exclusão da população sénior, para o papel alienante e, simultaneamente, manipulador que as redes sociais podem ter. Numa altura em que o digital é parte do quotidiano e a inteligência artificial invade o mundo social, questionam-se alternativas educativas que promovam uma relação com o saber significativa, mas também a saúde e o bem-estar, reconhecendo-se a importância do envolvimento comunitário e a abertura a projetos que incentivem um olhar crítico sobre o presente e o futuro.

É neste contexto de celebração, mas igualmente de consciência de que aquela revolução é uma luta de todos os dias e de que nos devemos pôr “em guarda” [2] relativamente a sinais contra democráticos, que a direção da revista Educação, Sociedade & Culturas faz esta chamada de artigos focados em temáticas de educação que sejam pontes com os valores de Abril. Sempre!

Não se esgotando nelas, propomos algumas entradas temáticas:

  • Educação para todos/as, igualdade de oportunidades e justiça social
  • Educação de adultos e alfabetização
  • Educação política, participação e cidadania
  • Transformações no Ensino Superior, diversidade e inclusão
  • Educação na e para a terceira idade
  • Liberdade, ativismo e arte
  • Escolas em meios rurais e desigualdades territoriais
  • Reformas, transformações e inovações curriculares
  • Formação de professores e inovação pedagógica
  • Opressão, desigualdades e inclusão
  • Saúde e bem-estar escolar
  • Educação ambiental e educação na natureza
  • Educação e transformação digital
  • Escola, migrações e mobilidades
  • Educação não formal e comunitária

Metodologicamente privilegiam-se artigos empíricos que se fundem em abordagens metodológicas diversificadas, incluindo metodologias participativas, métodos visuais e digitais, análise de discurso e documental, para além das opções mais clássicas quer qualitativas quer quantitativas ou mistas.

 Datas importantes

  • Submissão artigos (até 8000 palavras incluindo referências): 30 de junho de 2024
  • Publicação: 2024 

Instruções para submissão

Seguindo as políticas da Revista ES&C, os autores podem submeter seus textos em inglês, francês, espanhol ou português. A contribuição deve ser original, inédita e não pode estar sob revisão ou submetida para publicação em outro periódico.

A submissão deve ser feita na plataforma OJS em https://ojs.up.pt/index.php/esc-ciie/about/submissions

Sobre a revista ESC

ESC é uma revista de acesso aberto, revisada por pares, publicada três vezes por ano pelo Centro de Investigação e Intervenção na Educação (CIIE) da Universidade do Porto, Portugal.

Buscando estabelecer e ampliar o diálogo entre culturas e perspetivas interdisciplinares e contribuir para qualificar o debate público em torno dos problemas educacionais e sociais, a ESC acolhe submissões de trabalhos originais baseados em pesquisas empiricamente fundamentadas e apoiados numa forte componente teórico-metodológica.

A publicação nesta revista é totalmente gratuita para os autores, e não há custos ou taxas de submissão, processamento ou publicação.

Uma visão geral da revista pode ser acedida em https://ojs.up.pt/index.php/esc-ciie.

Para mais informações sobre este número especial, entre em contacto com [email protected].

Notas:

[1] Bourdieu, P., & Passeron, J. C. (1964). Les Héritiers: Les étudiants et la culture. Éditions de Minuit.

[2] Coro da Primavera, Zeca Afonso.