U.Porto Press publica MUITAS ESPÉCIES, UMA SÓ MEDICINA VETERINÁRIA

U.Porto Press publica MUITAS ESPÉCIES, UMA SÓ MEDICINA VETERINÁRIA

“O que faz um médico veterinário?”, “A que espécies animais se dedica?”, “Como está estruturada a sua formação?” ou “É uma profissão difícil?”, lê-se na contracapa de Muitas Espécies, Uma Só Medicina Veterinária.
Este pequeno questionário dá o mote para a leitura de uma das mais recentes novidades editoriais da U.Porto Press, o número quatro da sua coleção Estudos e Ensino.

“Neste livro reflete-se, precisamente, sobre a evolução da medicina veterinária e sobre a evolução do relacionamento dos humanos com os animais”, defende Paulo Martins da Costa, docente do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, licenciado em Medicina Veterinária, doutorado em Ciências Biomédicas e autor desta publicação.

SOBRE A OBRA

Em resposta à questão sobre se a Medicina Veterinária é uma profissão difícil, Paulo Martins da Costa afirma que sim. Que “um veterinário necessita de dedicação, conhecimento, mundividência e um sentido ético apurado”, acrescentando que “é cada vez menos frequente as pessoas entenderem (e respeitarem) os animais na sua essência, tendendo ora a humanizá-los, ora a mecanizá-los”.

Segundo o autor, a profissão é complexa, estando “no centro de um círculo de animais importantes para o homem”. Estes animais inserem-se em vários quadrantes, sendo-lhes atribuídas diferentes “significações humanas” – domésticos, selvagens, de experimentação, de desporto, pragas, vetores de doenças, adoráveis, simbólicos, perigosos, fiéis…

Ilustrações de Mónica Pereira, incluídas no livro.

Contudo, como também avança Paulo Martins da Costa, “os ‘animais’ são isso mesmo: animais (…), seres vivos com diferentes graus de senciência, que respiram oxigénio e se reproduzem”.
E, então, questiona: “Até que ponto consegue a medicina veterinária manter-se equidistante entre a dimensão biológica inerente a cada animal e o valor social, económico, cultural, sanitário e afetivo que os humanos lhe atribuem?”.

O leitor não encontrará uma resposta direta a esta questão, mas antes considerações do autor em torno de factos, como o de os animais não serem seres autónomos, de a medicina veterinária ser, em si, uma atividade económica, ou de a vida nas cidades proporcionar, por um lado, conforto e dinamismo, mas, por outro, isolar da natureza, levando a formas de convivência mais baseadas no interesse. Considera que, numa tentativa de “manter o equilíbrio, é natural que a ‘amizade humana’ se redirecione para os animais”, tornando-se moralmente inaceitável para boa parte da sociedade “criar animais para deles extrair alimento ou qualquer outro bem que não seja a sua companhia”. Por outro lado, admite que “a sobrevivência do homem continua a depender da produção pecuária… e a medicina veterinária ficou a meio da ponte”.

Para Paulo Martins da Costa este livro é “um ensaio sobre a missão [dos médicos veterinários] ou, dito de outra forma, sobre os motivos que levam os veterinários a fazer aquilo que fazem”.

Muitas Espécies, Uma Só Medicina Veterinária está disponível na loja online da U.Porto Press.

SOBRE O AUTOR

Paulo Martins da Costa (Lisboa, 1968) é licenciado em Medicina Veterinária (Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa, 1994) e doutorado em Ciên­cias Biomédicas (Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar/Universidade do Porto, 2006). Antes de iniciar a sua atividade académica, dedicou-se à clínica e cirurgia de espécies pecuárias e animais de companhia e foi inspetor sanitário, diretor técnico de uma empresa avícola e empresário. Esteve, também, associado a diversas iniciativas de desenvolvimento rural. O livro Muitas Espécies, Uma Só Medicina Veterinária foi a sua primeira incursão no mundo da escrita de comunicação de ciência. A sua atividade científica reparte-se entre o ensino (tecnologia e segurança alimentar) e a investigação das resistências bacterianas aos antibióticos.

 

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