U.Porto Press apresenta obra em três volumes sobre prisões portuguesas

U.Porto Press apresenta obra em três volumes sobre prisões portuguesas

The portuguese prison photo project documenta o quotidiano nas prisões portuguesas, caso a caso.

Publicada em três volumes, esta obra revela mais de 300 fotografias que retratam a realidade das prisões portuguesas, oferecendo uma visão global não apenas das contemporâneas, mas também das prisões históricas e políticas, até 1974.

A obra resulta de uma parceria entre a U.Porto Press e o Gefo.ch – Gefängnisforschung.Schweiz – Rechercheprison.suisse e será apresentada no próximo dia 25 de outubro, pelas 12h45, no Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade do Porto (FDUP), no âmbito da conferência internacional “Sistemas prisionais e arquitetura prisional: qual a relação? Uma perspectiva europeia”.

A sessão contará com intervenções de Fátima Vieira, Vice-Reitora da U.Porto para a Cultura, Museus e responsável pela U.Porto Press, Luis Barbosa e Peter Schulthess, fotógrafos do projeto, Paulo Carvalho, Diretor do Estabelecimento Prisional instalado junto à Polícia Judiciária do Porto e Denis Knobell, Embaixador da Suíça em Portugal.

A moderação ficará a cargo de Daniel Fink (École des Sciences Criminelles – Université de Lausanne e Sociedade Gefo.ch – Gefängnisforschung.Schweiz), Gilda Santos (FDUP) – também autores do terceiro volume – e Pedro Sousa (Diretor da Escola de Criminologia da FDUP).

AS PRISÕES PORTUGUESAS EM TRÊS VOLUMES

Os dois primeiros volumes de the portuguese prison photo project reúnem mais de 300 fotografias do português Luis Barbosa e do suíço Peter Schulthess, fotógrafos que foram autorizados a entrar e fotografar nas prisões portuguesas.

O primeiro volume, da autoria de Luis Barbosa – professor no Instituto Português de Fotografia, premiado pela Sociedade Portuguesa de Autores pelo melhor trabalho fotográfico de 2017 e pelo trabalho desenvolvido no âmbito da primeira exposição integrada no the portuguese prison photo project (Porto) –, com fotografias a preto e branco tiradas entre 2016 e 2023, é dedicado aos estabelecimentos prisionais de Beja, Guarda, Évora, Leiria (jovens), Odemira, Silves e Viseu.

“1.9 EP de Viseu, 2016. Recluso fuma um cigarro na área comum.” [pp. 18 e 19 – volume 1) / FOTO: Luis Barbosa
No segundo volume encontram-se fotografias a cores de Peter Schulthess – especializado em fotografia de arquitetura, particularmente prisões – tiradas entre 2016 e 2022 nas prisões da Carregueira, Izeda, Lisboa, Pinheiro de Cruz, Ponta Delgada (Açores), Porto e Santa Cruz do Bispo (feminino).

O terceiro volume foi escrito por Daniel Fink, Gilda Santos, Cândido da Agra (FDUP/Professor Emérito da Universidade do Porto) e Mélanie Tiago (tradutora e criminologista). Descreve o projeto, as exposições realizadas no seu âmbito – no Centro Português de Fotografia (Porto, 2017), no Museu do Aljube – Resistência e Liberdade (Lisboa, 2019), no Arquivo Nacional Torre do Tombo (2021) e no Museu de Portimão (2024) e as próprias prisões. Contém, ainda, as legendas das fotografias dos volumes 1 e 2 (todos os textos são apresentados em português e em inglês).

O PROJETO: DA GÉNESE AO FUTURO

 “O the prison photo project foi iniciado enquanto projeto de fotografia prisional suíço, tendo sido implementado em Portugal por mero acaso”, lê-se nas primeiras páginas do terceiro volume, dedicadas à apresentação do projeto.

Teve origem na investigação que Daniel Fink realizou sobre o sistema prisional suíço, ao longo de 15 anos. Em 2015, Daniel Fink e Peter Schulthess tinham planeado organizar uma exposição sobre as prisões suíças.

Num primeiro encontro com o diretor do Centro Português de Fotografia (CPF), em setembro do mesmo ano, Fink propôs “a organização de um projeto de exposição fotográfica que contemplasse fotografias históricas e contemporâneas de prisões em Portugal e na Suíça”, com o objetivo de “disponibilizar documentação fotográfica e textual” que permitisse “comparar os dois sistemas (…) e compreender o papel que desempenham em ambas as sociedades”.

A decisão de se integrar um segundo fotógrafo – o português Luis Barbosa, que assim se juntou ao suíço Peter Schulthess – “alterou a orientação da exposição: a vertente comparativa foi abandonada e o objetivo passou a ser documentar, somente, prisões portuguesas”.

Da visita ao CPF resultou “a organização, ao longo de 10 anos, de quatro exposições, em diferentes locais, daquilo que veio a tornar-se o the portuguese prison photo project”.

Desde o início estava previsto que a exposição integrasse fotografias históricas de estabelecimentos prisionais. Já em 2024, a propósito dos 50 anos do 25 de Abril, a quarta exposição incluiu “uma secção de fotografias sobre as prisões que serviram a polícia política dos regimes ditatoriais, entre 1926 e 1974”.

No futuro, e “em virtude de novas oportunidades, prevê-se que o projeto possa abranger outros países”.

Até 24 de outubro a coleção de três volumes poderá ser adquirida com um desconto superior a 30% (informações adicionais e pré-reservas aqui).

A partir de 25 de outubro the portuguese prison photo project estará disponível na loja online da U.Porto Press, com um desconto de 10%.