“Português e galego, “linguas irmás, ningunha submetida á outra”” de Nuno Pacheco

A língua galega tem resistido ao longo dos séculos, apesar da escolarização em espanhol no século XIX e das imposições do franquismo no século XX.

“A Galiza esteve de novo em foco entre nós, e ainda bem. O JL (Jornal de Letras, Artes e Ideias) da primeira quinzena de Agosto reincidiu no tema, publicando (numa edição que dedicou a capa, com total merecimento, à escrita diarística de Eugénio Lisboa) a segunda parte de um dossier a que chamou “Galiza, aqui tão perto do coração”. O tema, desta vez, foi a língua. Ora por falar em língua, também a edição mais recente da revista LER (n.º 153) publicou algo que tem muito que ver com a Galiza: uma entrevista com o escritor e linguista Fernando Venâncio, intitulada “Nós, os galegos”.” (fonte: Público)

Hiperligação para o texto de opinião completo

“A minha casa é a língua” de José Manuel Diogo

“Desde o século XV, a língua portuguesa tem viajado além-fronteiras e hoje é falada em praticamente todos os lugares do globo. O português é a quinta língua mais falada no mundo e quase 250 milhões de pessoas têm o orgulho de a afirmar como língua materna.

Foi primeiro Camões e depois Pessoa: “A minha pátria é a língua portuguesa”. Depois Vinicius e Caetano. “Gosto do Pessoa na pessoa, da rosa no Rosa”. E o Mia e o Agualusa. Como eles, (eu) sei que a poesia está para a prosa, assim como o amor está para a amizade. E que nossa pátria é a nossa língua. E que a língua é a nossa pátria. E eu tenho pátria e tenho mátria. E quero frátria. E o resto é mar.

Antigamente eram precisos barcos para percorrer a geografia e demorava muito tempo chegar de Lisboa a Salvador da Bahia. Mas isso era antes. Agora já não é assim. De clique em clique, cada “oi” é um “olá”, um “cheguei”, um “estou aqui”, um “valeu”.

Os impérios se desenharam pela força das armas, mas consolidaram sempre sua importância na geografia da língua. Ela foi sempre a primeira marca identitária de um território, mesmo quando só havia astrolábios e sextantes. Hoje, quando todos
os “marinheiros” navegam de iPhone na mão, a força da língua é maior que nunca.

Embora seja apenas a quinta mais falada, o português une todos os continentes e, no mundo da conetividade, a língua é o único território que interessa. Lisboa é mais perto de São Paulo que de Madrid. Brasilia dista de Macau uma ponte Rio-Niterói.

O lugar ímpar que o Brasil e Portugal têm na geopolítica, fruto das suas localizações estratégicas de um lado e outro do Atlântico e da nossa matriz empreendedora, coloca a nossa língua no centro da equação do futuro.

Por isso, a cada segundo, o valor e a influência da língua portuguesa crescem exponencialmente. A rede dos camões-falantes pode comunicar negócios e cultura simultaneamente no Brasil e em Goa, em Angola e Moçambique, em Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e Macau. E existem ainda as diásporas brasileira, portuguesa e angolana espalhadas
pelo mundo. Nova York, Tóquio, Boston, Caracas, Joanesburgo, Paris. Tanto mar, tanto mar.

Nesta nova era de conetividade, onde viajar é rápido e barato, a língua é o centro da economia. A cada dia, entre Sampa e Lisboa, os Jardins e o Chiado, o samba vira mar e, quem sabe, fado.

A língua nos deixa em casa.

A rede dos camões-falantes é a única que comunica negócios e cultura em todos os continentes. Na era da conetividade, entre Sampa e Lisboa, o samba vira mar e fado.” (fonte: ISTOÉ)

Hiperligação para o texto

José Eduardo Agualusa escreve “Por uma irmandade da língua”

José Eduardo Agualusa escreveu um texto de opinião para o Expresso que foca o tema da lusofonia, por ocasião do Dia de Portugal.

(…) “Temos, portanto, no interior da lusofonia, inúmeras comunidades linguísticas que se esforçam por preservar identidades próprias, e que, em alguns casos, olham para a língua portuguesa como uma ameaça. Não se trata de paranoia. O português já foi língua de extermínio no Brasil, onde em cinco séculos se perderam muitas centenas de idiomas indígenas, alguns absolutamente originais, isto é, sem parentesco com outros. Em Angola, as línguas nacionais resistiram ao colonialismo, mas enfrentam agora a enorme pressão do português, que teve um crescimento assombroso nos últimos anos.” (…) (fonte: Expresso)

> Hiperligação para o texto de opinião completo