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I JORNADAS PEDAGÓGICAS DA MENTORIA U.PORTO – dimensão pedagógica e coordenação docente

 

De acordo com as palavras da presidente da Comissão Científico-Pedagógica, professora Teresa Medina, as I Jornadas da Mentoria U.Porto, proporcionaram uma tarde muito rica de debates, envolvendo docentes e estudantes da Mentoria U.Porto, constituindo-se num contributo relevante para que, a nível transversal e em cada faculdade, se possa continuar a desenvolver, a aprofundar e a pensar o Programa de Mentoria.

No passado dia 12 de julho de 2022 realizaram-se as I Jornadas do Programa Transversal de Mentoria Interpares da U.Porto (Mentoria U.Porto), que tiveram lugar na Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da U.Porto (FCNAUP).

Culminando os três anos de existência da Mentoria U.Porto, a iniciativa foi dirigida, essencialmente, para os e as docentes que integram o Programa, sendo aberta a todos os docentes, técnicos, mentores e mentorados interessados. As Jornadas centraram-se na dimensão pedagógica e no papel das coordenações docentes do Programa. Entre os participantes, encontravam-se docentes, mentores e mentorados de várias faculdades da U.Porto e docentes de outras instituições do ensino superior.

A abertura das Jornadas contou com a moderação da professora Renata Barros (Comissão Organizadora e coordenação docente da Mentoria na FCNAUP),  com as palavras de boas-vindas do professor Pedro Moreira (Presidente do Conselho Pedagógico da FCNAUP) e com as intervenções das professoras Teresa Duarte (Mentoria FEUP) e Elisabete Ferreira (Mentoria FPCEUP), ambas da Comissão Científico-Pedagógica da Mentoria U.Porto e da Comissão Organizadora das Jornadas.  A professora Teresa Duarte apresentou brevemente a Mentoria U.Porto, os seus eixos estruturantes e a estrutura organizativa, bem como alguns dados reveladores da importância do Programa e do seu crescimento ao longo dos anos. A  professora Elisabete Ferreira explicitou a proposta de organização dos trabalhos para as I Jornadas da Mentoria U.Porto, salientando que a mesma teve em conta sugestões dos participantes, no ato da sua inscrição, bem como o debate realizado na Comissão Organizadora e na Comissão Científico-Pedagógica do Programa. A opção pelo foco na dimensão pedagógica e na coordenação docente deveu-se às particularidades e especificidades da Mentoria U.Porto  que, de acordo com os seus Princípios Orientadores, assenta numa clara e forte dimensão pedagógica e formativa e

“à vontade de pensar, debater e refletir, em conjunto, sobre as perspetivas, dificuldades e desafios subjacentes a esta dimensão, nomeadamente o envolvimento voluntário de docentes para desenvolver, acompanhar e monitorizar o programa, promover o desenvolvimento de competências transversais, pessoais, sociais e culturais nos estudantes, cuidar da sua formação a partir de processos colaborativos, autónomos, críticos e solidários, proporcionando-lhes uma melhor integração e uma maior qualidade nas suas experiências de aprendizagem e vivências da mentoria, estimulando uma democrática convivência entre professores e estudantes e entre estudantes do Ensino Superior”.

Na sequência, a professora Elisabete Ferreira apresentou os dois painéis de discussão, nos quais o objetivo era fomentar o debate de cada tema em pequenos grupos, a partir da experiência e das preocupações das várias faculdades.

Os debates em torno do primeiro painel, centrado e intitulado – A Formação e Acompanhamento dos Mentores e Mentorados, com a duração de uma hora, ocorreu em duas salas, com a moderação das professoras Isaura Tavares ( Mentoria FMUP) e Graça Lopes (Mentoria ICBAS), membros da Comissão Organizadora. Os principais pontos abordados centraram-se na formação inicial e formação ao longo do ano letivo dos mentores, no exercício de ser mentor e nas dimensões da formação – valores, atitudes, competências sociais e relacionais a promover, como empatia, responsabilidade, compromisso solidário, autonomia, respeito pelo outro, horizontalidade das relações, entre outras; no papel dos docentes e dos mentores mais experientes; na formação de díades mentores/mentorados; no envolvimento dos mentores, nas relações interpares e na mobilização e motivação dos mentores e mentorados, tendo em conta a diversidade dos estudantes, com enfoque na responsabilidade, autonomia e compromisso.

Após a realização do coffee-break, os participantes reuniram-se novamente em duas salas para discussão do segundo painel – Coordenação docente, também com a duração de uma hora e com a moderação das professoras Inês Dutra (Mentoria FCUP) e Marta Guerra (Mentoria FFUP), membros da Comissão Organizadora. Neste painel, os pontos abordados centraram-se nos papéis e funções da coordenação docente a nível de cada faculdade e a nível transversal do Programa, no envolvimento, responsabilidade e compromisso dos docentes; nos estilos e modos de coordenação docente – processos participativos e democráticos e riscos de burocratização do trabalho de coordenação; nas inter-relações docentes/mentores/mentorados e na monitorização do Programa.

Após os entusiasmados momentos de debate, os participantes retornaram ao auditório principal para a realização de uma sessão de apresentação, pelas moderadoras, das sínteses do que foi debatido em cada um dos painéis e para a apresentação de uma reflexão final sobre os 3 anos da Mentoria U.Porto – “Pensar a Mentoria U. Porto”, pela professora Teresa Medina (presidente da Comissão Científico-Pedagógica da Mentoria U.Porto e coordenadora da Mentoria na FPCEUP).

Nas palavras da professora Teresa Medina, o Programa de Mentoria U.Porto, embora ainda muito jovem, com apenas 3 anos de existência, “apresenta uma história que importa ter presente e que, anualmente, tem deixado marcas em todos quantos dele têm participado e o têm construído (estudantes e docentes, fundamentalmente, mas também alguns técnicos)”. Na sequência desta afirmação, a professora apresentou uma breve síntese da génese e do processo de criação e desenvolvimento da Mentoria U.Porto, salientando alguns marcos significativos desse percurso, designadamente os desafios colocados pela pandemia e a capacidade que o Programa teve para se reorganizar e para se constituir, nas novas condições, num importante apoio para muitos estudantes. Como revelou a professora, no seu 3º ano de existência, a Mentoria U.Porto  esteve presente em 12 das 14 UO e em 103 ciclos de estudo, contou com a participação de 96 docentes, 1881 mentores e 2843 mentorados, num total de 4724 estudantes, realizou dezenas de iniciativas (considerando atividades transversais e a nível de cada UO), sendo de realçar ainda a criação de uma nova estrutura – a Comissão Transversal de Mentores.

A monitorização da Mentoria que, regularmente, tem sido efetuada, através da administração de questionários a mentores e mentorados, com níveis de resposta muito significativos (cerca de 45% dos mentores e 35% dos mentorados), da sistematização regular de informações sobre as principais atividades desenvolvidas em cada UO e os diversos modos de funcionamento e da elaboração de relatórios transversais, permite identificar um nível de satisfação muito elevado, da ordem dos 80%; conhecer os tipos de apoio mais assegurados/recebidos – apoio académico, apoio com os serviços de cada UO, apoio à integração social, apoio emocional, apoio com os serviços da UP, apoio com indicação de serviços específicos durante a pandemia. A professora salientou, ainda, que os estudantes reconhecem e valorizam, claramente, a dimensão pedagógica da Mentoria, mote central nestas Jornadas, sendo possível verificar que, nos questionários,

30% dos Mentores e 70% dos mentorados consideram que participar na Mentoria tem sido importante ou muito importante para o seu desempenho académico. Do mesmo modo, em múltiplas respostas abertas dos questionários e nos relatórios que elaboram quando terminam a sua colaboração na Mentoria – são muitos os mentores que referem as múltiplas aprendizagens que a participação na Mentoria lhes permitiu realizar. E falam-nos de aprendizagens muito diferenciadas, que consideram ter sido significativas para a sua integração na U.Porto e durante o seu percurso e vivência académica, mas também para a sua futura inserção profissional e para a globalidade da sua vida. Aprendizagens ao nível dos valores, das atitudes, das competências em áreas muito diversas, também em função do nível de envolvimento de cada um e das atividades que pode organizar e/ou em que se envolveu. Algumas das aprendizagens mais assinaladas (por mentores das várias UO) prendem-se com a empatia, a sensibilidade, a capacidade de escuta, a atenção e respeito pelo outro, a solidariedade, a paciência, o nível de responsabilidade, a confiança, a maturidade, o sentido de pertença, a reflexão crítica, a autonomia solidariamente vivenciada e desenvolvida, maior compromisso ético e cívico; mas também o trabalho em grupo, a capacidade de comunicar, a organização do tempo, a capacidade de gestão, novas técnicas de estudo, maior conhecimento do curso, das UC, da faculdade e da U. Porto”.

De seguida, Teresa Medina referiu-se de modo mais particular ao papel dos docentes, salientando que, muitas vezes, parecem quase invisíveis, mas que estão muito presentes, numa relação pedagógica de proximidade, diálogo, apoio e suporte essencial e indispensável.  Reconhecendo que não se tem debatido muito o envolvimento docente, e o seu significado para cada um, considerou que

“a participação na Mentoria tem permitido, a muitos docentes, voluntariamente envolvidos no programa, vivenciar momentos extraordinariamente gratificantes, renovando e reforçando o gosto de ser professor e de ser professor na Universidade do Porto. São momentos marcados por formas diferenciadas de relação e de trabalho pedagógico com os estudantes, momentos de suporte ao seu desenvolvimento pessoal e social, momentos que nos permitem acompanhar o seu crescente envolvimento na Mentoria, na faculdade e na Universidade, vivendo um percurso académico alicerçado em fortes relações humanas democráticas, respeitadoras dos outros e das suas singularidades, empenhados na construção e desenvolvimento de redes solidárias de amizade e de aprendizagens colaborativas, para que todos contribuem. Mas a Mentoria tem proporcionado igualmente, para os docentes, momentos de encontro entre estes, momentos de convívio e momentos de trabalho, de partilha de experiências, conhecimentos e saberes sobre a mentoria tendo como único objetivo o contributo para o desenvolvimento de um Programa que todos reconhecemos como importante, no qual nos revemos e com o qual nos identificamos”

No final, a presidente da CCP, reconheceu a importância dos contributos apresentados e debatidos no decorrer das Jornadas para continuar a pensar e desenvolver a Mentoria U.Porto, salientando a atenção necessária à formação dos mentores, assumindo a formação como algo que acontece em momentos específicos mas, também, ao longo de todo o tempo de exercício do ser mentor, nas relações interpares e na relação com os docentes, no conjunto de atividades planeadas e desenvolvidas e nas redes colaborativas e solidárias que se estabelecem entre todos os intervenientes na Mentoria (mentores, mentorados e docentes). Relativamente ao  acompanhamento das relações interpares pelas coordenações docentes, salientou a importância de assegurar que nenhum estudante se sinta perdido na Mentoria, por falta de mentor ou de mentorado, o que implica desenvolver “modos de trabalho pedagógico capazes de articular a necessária orientação e supervisão com a confiança no sentido de responsabilidade que a grande maioria dos mentores tem demonstrado e com a criação e valorização de espaços de liberdade e de autonomia solidária que a Mentoria deve proporcionar”.

A sessão de encerramento das Jornadas contou com a presença do Se. Vice-Reitor da Universidade do Porto, professor José Castro Lopes e do professor Pedro Graça, diretor da FCNAUP. O professor Pedro Graça agradeceu as aprendizagens e reflexões que as Jornadas proporcionaram, considerando-as fundamentais para a contínua melhoria da qualidade do ensino e da formação dos estudantes da U.Porto. O Sr. Vice-Reitor, na sua intervenção, salientou a importância da Mentoria U.Porto e do papel que tem vindo a desempenhar na Universidade, manifestando o total apoio ao Programa por parte da recém eleita equipa reitoral.

 

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