Walking on paper An artistic flaneur in the landscape and urban space

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STEFAAN VAN BIESEN

Resumo





O desenho acaba por ser uma competência interessante com impacto indiscutível no trabalho e na investigação. Permitindo-nos perceber o mundo com mais precisão e de uma nova perspetiva, auxilia-nos no registo e memorização de fatos, assumindo-se para além do simples instrumento artístico como mediador que potencia o conhecimento.


Desde 1990 que Stefaan Van Biesen faz caminhadas documentadas com desenhos. Uma prática que leva a instalações, maquetes, textos, vídeos e fotografias. O artista considera o ato de caminhar uma espécie de processo de pensamento subjetivo no tecido urbano e na paisagem.


Numa primeira abordagem, o desenho parece ser mais considerado uma forma de arte do que uma ferramenta de aprendizagem, mas para cientistas e artistas, o desenho é um instrumento com um impacto indiscutível para o trabalho e a investigação.


Para o artista há também evidências de que o talento para desenhar se baseia na precisão com que alguém percepciona o mundo e como isso ajuda a vê-lo melhor. Portanto, cultivar o talento para o desenho pode tornar-se um instrumento essencial para melhorar as habilidades de observação em campos do conhecimento onde o visual é importante. Stefaan van Biesen investiga o espaço humano, principalmente urbano, com seus muitos passeios amplamente documentados como uma experiência sensorial e filosófica, tratados com carácter científico e estético. Os desenhos são feitos durante as caminhadas ou posteriormente no atelier, como uma reflexão sobre o local que visitou durante essas caminhadas. Os desenhos variam desde esboços a versões mais elaboradas em que tenta relembrar o lugar, a localização, a vegetação e o trajeto.


Stefaan van Biesen parte dos sentidos e do corpo como instrumentos de conhecimento, experiência e criatividade. Seu pensamento está de acordo com o nomadismo dos artistas renascentistas que viajaram por toda a Europa. Dürer é um exemplo notável disso. Essas viagens eram projetos de arte, nos quais correntes de pensamentos, desenhos e outros artefactos surgiam do encontro com outras pessoas e culturas. Essas viagens eram, por assim dizer, laboratórios de pensamento. Van Biesen mostra este laboratório. Anotações, artefactos e desenhos ilustram a sua caminhada.


Muito do seu trabalho criativo é ativado em intercâmbios e colaborações com outros artistas, cientistas e especialistas de várias disciplinas. A sua obra está em diálogo direto com o meio e o caminhar e resulta da observação urbana e social.





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Como Citar
VAN BIESEN, S. (2023). Walking on paper: An artistic flaneur in the landscape and urban space. PSIAX: Estudos E Reflexões Sobre Desenho E Imagem, 1(#4- 2ª série), 102–111. https://doi.org/10.34626/psiax_2020_vol1_672
Secção
Artigos