O mundo líquido que desorienta os mapas Aspectos da pós-modernidade em Boaventura de Sousa Santos e Zygmunt Bauman para resgatar a utopia na educação
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Resumo
O ensaio, de cunho teórico, emerge do pensamento de Bauman e de Boaventura de Sousa Santos sobre a transição pós‑moderna e procura identificar os desafios colocados aos educadores a partir da conceção de utopia, como pensada pelos autores, enquanto guião para a ação transformadora da educação. Na visão destes autores, individualismo, fragilidade do sentimento de solidariedade e de participação política são consequências do deslocamento da autoridade do Estado para o mercado, para o consumo. Embora pareça que Santos tenha uma visão mais utópica sobre os mapas desorientados da sociedade contemporânea, encontramos em Bauman traços de uma utopia – embora, por vezes, por ele negada – que podem levar a acreditar que este também cultiva um velado espírito utópico, em sentido realista, de utilizar a arqueologia do presente para encontrar soluções para o futuro. Como decorrência da identificação e caracterização destes conceitos faz‑se a conexão dos mesmos com o cenário educativo e o trabalho do professor no intuito de situar tais conceitos nos cenários concretos e cotidianos vividos pelos educadores na pós‑modernidade. Trazer à tona estes conceitos recobre‑se de sentido e torna‑se matéria prima fértil para recuperar a esperança e o espaço da utopia na educação como motores do trabalho pedagógico.
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