A unidade de formação centra-se no desenvolvimento de um projeto em equipas multidisciplinares.
Durante este processo, os estudantes são convidados a explorar a relação ciência e sociedade, e a explorar exemplos de projetos que cruzam diferentes disciplinas científicas, cruzamentos ciência e arte, cruzamentos de ciência, arte e humanidades, bem como projetos educativos multidisciplinares.
A unidade de formação conjuga três aspetos fundamentais do processo de ensino-aprendizagem: sessões expositivas, formação laboratorial supervisionada e o desenvolvimento, em forma autónoma e em grupo, de uma atividade exploratória de projeto num tema que deverá ser proposta do grupo.
Na formação teórico-prática, serão apresentados estudos de caso com desconstrução dos mesmos nas diferentes componentes do método científico (observação; questão; problema; hipóteses; experiências; conclusões). Será ainda privilegiada a exposição das metodologias experimentais utilizadas. Serão apresentados e analisados estudos de caso artísticos interconectados com as ciências da vida com a respetiva desconstrução do enquadramento conceptual, processual e da sua materialização.
Nas aulas laboratoriais, os estudantes irão aplicar algumas das técnicas laboratoriais abordadas nas sessões teórico-práticas de forma a adquirirem competências procedimentais, mas também para se familiarizarem com rotinas de grupo, responsabilidade individual, o rigor e a capacidade de comunicação de resultados científicos. Serão organizadas oficinas de comunicação e de experimentação artística.
Por fim, após os grupos identificarem os seus projetos de trabalho, os estudantes deverão trabalhar de uma forma autónoma mas supervisionada que possa estimular os conhecimentos multidisciplinares e o pensamento crítico.
Ao longo das aulas serão ainda abordados:
1. exemplos de soluções biotecnológicas na sociedade, e.g. produção de insulina e de antibióticos, bem como de questões relacionadas que podem ser colocadas a partir da arte/humanidades e das ciências sociais;
2. desafios societais do presente, muitos dos quais com uma forte dimensão biológica (saúde e bem-estar das pessoas e dos animais, produção e segurança alimentar, sustentabilidade da utilização de recursos naturais, mitigação de alterações climáticas), mas de âmbito mais alargado e relativamente aos quais não só a biologia, mas também a arte/humanidades e as ciências sociais contribuem na sua problematização e procura de respostas;
3. exemplos de projetos artísticos que utilizam as ciências da vida como objeto e/ou os materiais e técnicas da biotecnologia como meio de expressão.
Na perspetiva do desenvolvimento do projeto, que de alguma forma passará sempre pelas ciências da vida, a unidade de formação propõe revisitar e/ou aprofundar os seguintes conceitos e técnicas fundamentais em biologia:
1. conceitos de biologia celular e molecular focados na estrutura, organização e replicação do material genético;
2. caracterização do tipo de informação contida no genoma, os mecanismos de transcrição e tradução, o modo como estes processos são regulados, e a estrutura e função de proteínas;
3. a genómica e transcriptómica e a sua importância para desconstruir os mecanismos de diferenciação celular e de vias metabólicos de um organismo;
4. relevância da genómica comparativa para compreender a evolução e biodiversidade, numa perspetiva celular e organísmica, mas também das relações entre diferentes organismos e as suas adaptações ao ambiente, em ecossistemas e biótopos;
5. técnicas de análise de material genético (DNA e RNA) e de proteínas; sequenciação de genomas e recursos informáticos, i.e. aplicações computacionais e bases de dados para a sua análise (bioinformática); recursos de visualização e análise de estruturas 3D de proteínas depositadas em base de dados.
Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto
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