Biolaboratório – uma breve reflexão na transição da primeira para a segunda edição

Começou aqui, num World Café sobre CRISPR e biohacking. Os doutorandos Pedro Ramos e Filipe Marques dinamizaram a discussão com os alunos de doutoramento no i3S. Não trouxeram só discussão, trouxeram um exemplo de uma ideia revolucionária: a de integração do biohacking com o ensino universitário. O exemplo vinha de Austria, da Universidade Técnica de Graz, onde OLGA (Open bioLab Graz Austria) funciona, há quase uma década, como um biohacker space dentro da universidade onde qualquer pessoa associada a iniciativa pode realizar trabalho faça-você-mesmo com técnicas de biologia molecular.

Devia a Universidade do Porto ter um biolaboratório aberto? A pergunta foi colocada na sala de aula mas a discussão não ficou por ai. Apesar de ser uma sexta-feira bem além do horário de trabalho e já noite cerrada lá fora, a equipa de docentes ficou no corredor à conversa sobre a possibilidade de concretizar a ideia. Estávamos em janeiro 2020. Em pouco mais de um mês desde o encontro ilustrado acima já tínhamos uma equipa de docentes e estávamos a ultimar uma candidatura a uma Unidade Curricular InovPed da Universidade do Porto. Desde então tem sido um processo de cocriação, por não dizer uma aventura, que a partir de março de 2021 passou a incluir também os primeiros alunos no Biolaboratório – Projeto de Experimentação Multidisciplinar. 

O blog foi criado para permitir uma partilha de experiências durante o decorrer do curso, e esperamos que assim venha a ser para as próximas edições. Para a primeira edição, não havia simplesmente mãos a medir. Ao criar uma unidade curricular de zero, com um grupo de docentes que não tinham trabalhado juntos nesta constelação, e fazendo uma docência tão experimental que não sabíamos bem de uma semana para a outra o que íamos fazer, não dava para escrever. E com toda a gente, estudantes e docentes, tão empenhados no laboratório, também não sobrava tempo para produzir um diário-de-bordo para consumo mais do que interno. E claro, é no laboratório que um verdadeiro Biolaboratório tem lugar. 

É por isso que o primeiro post neste blog data do antepenúltimo dia do 2021. O que há para contar tem que ser contado de forma retrospetiva, assim como muitos dos participantes fizeram no vídeo produzido por Pedro Ramos, e do qual podem ver um pequeno excerto aqui. 

Daqui a dois meses começamos a segunda edição, e nessa espero que passaremos a usar o blog de forma contínua.  

Anna Olsson, equipa docente

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