É um projeto de criação e programação artística centrado nas artes sonoras, visuais e performativas. Pretende complementar a formação académica com atividades que exploram três espaços da Faculdade de Belas Artes da Universidade no Porto, entre os dias 21 e 25 de setembro de 2020.
Vaga surge da vontade de estimular interesses na comunidade — dentro do domínio artístico, intelectual e educativo — através de uma programação que compreende duas oficinas, uma instalação, uma performance e uma conversa.
Os palcos do Vaga são alguns dos espaços que estão desocupados e inutilizados: o Lago, o Pátio Triângulo e o Terraço d’oMuseu.
PRODUÇÃO __ Carolina Bravo e Marta Areosa
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO __ Gil Monteverde
APOIO À PRODUÇÃO __ AEFBAUP
PROGRAMAÇÃO __ Inês Malheiro
DESIGN __ Marta Areosa
A performance está a cargo de três artistas do Porto, ou que de alguma forma estão ligados à cidade: Sancha Castro, Francisco Antão e André Coelho. É apresentada ao público uma performance focada na adaptação ao espaço e na sua envolvência, com a liberdade total em explorar o som e o visual.
O espaço que acolhe este ato é o Pátio Triângulo, entre o Pavilhão Sul e o Pavilhão de Tecnologias. O convite é simples: refletir e expôr sobre a dinâmica sonora e visual.
Altar de mastigação do corpo mastigado. Santíssima síntese erguida no tracto da boca na boca do estômago do inferno.
O objetivo é a elaboração de uma instalação site-specific, de modo a potenciar a interação e envolvência do público com a arquitetura do espaço proposto: o Lago e a sua área circundante.
O desafio é trabalhar as temáticas que dão forma ao Vaga: refletir sobre a relação entre o som e o visual e explorar um espaço desocupado da faculdade.
Através de uma Open Call direcionada aos alunos da FBAUP, o júri selecionOU a proposta de acordo com a aplicabilidade, originalidade e pertinência do trabalho, relacionando-a sempre com os conceitos do Vaga. A proposta vencedora foi o projeto Ranger do Ferro/Apelo do Coletivo [ LOC.CIT ].
Encontramos no som do ranger do ferro uma rememoração sonora do espaço tortuoso da memória coletiva da opressão: dos instrumentos da escravatura que já amordaçaram numerosas vozes, às prisões políticas em Portugal.
A revivência desta memória sonora, surge a par das vozes da resistência das mulheres contra o fascismo e o colonialismo. Entre elas, Noémia de Sousa, poeta moçambicana, cujo poema "Apelo" fala abertamente da dor de um passado que continuamos a combater.
As oficinas baseiam-se numa visão de partilha de ideias, conhecimentos e práticas que percorrem as áreas do som e do visual.
Pretendem oferecer aprendizagens que complementam o sistema formal do ensino artístico, e motivar a transdisciplinaridade e o cruzamento de áreas de estudo.
As vagas são limitadas a seis pessoas por oficina, quatro delas reservadas a alunos da FBAUP. Será pedida uma caução no valor de 10€, a ser devolvida no final da oficina.
Introdução ao software de authoring multimedia TouchDesigner da Derivative, um programa que funciona num sistema node-based sendo mais prático para uma lógica de pensamento visual. Será feito um enquadramento geral sobre o programa, quais os usos e aplicações mais comuns e colocar-se em prática alguns exercícios para estimular o uso do software em diferentes cenários.
Introdução às principais técnicas de síntese sonora partindo do seu contexto histórico e implementando-as de forma prática, recorrendo à linguagem de programação gráfica Pure Data (Pd). Nesse sentido, ao longo de 4 sessões de 3 horas, serão apresentados os fundamentos da síntese aditiva, subtractiva, modulação de amplitude (AM) e frequência (FM), assim como uma incursão pelo campo das wavetables, sampling e síntese granular.
A conversa possibilita a partilha e o contacto entre artistas, docentes, alunos e o público, com foco nos pontos aliados aos conceitos do Vaga. O tema da conversa é “O papel da academia no desenvolvimento criativo” com a participação de Inês Moreira, Sancha Castro e José Alberto Gomes.