O cão (Canis familiaris) é um animal doméstico e portanto só existe porque o Homem alterou as características genéticas de populações selvagens pela seleção daquelas que lhe interessavam. Há ainda muitas dúvidas sobre como e quando esse processo de domesticação se deu.
Mas há também muitas evidências que permitiram chegar a algumas conclusões. Por exemplo, a caracterização genética de muitas raças de cão e de populações selvagens de outros canídeos permitiu concluir que a espécies selvagem a partir da qual derivaram todas as raças de cães é o lobo (Canis lupus; também chamado de lobo cinzento ou lobo comum). Por esse motivo, embora não se conheça o ou os locais da primeira domesticação do cão, esta deverá ter ocorrido no Hemisfério Norte.
O primeiro fóssil inequivocamente identificado como cão tem cerca de 15 mil anos. É mais antigo que a constituição de comunidades agrícolas sedentários, o que torna o cão o primeiro animal domesticado por populações humanas.
Estudos recentes, baseados em dados genéticos, colocam a domesticação do cão no Pleistoceno, embora a datação varie entre 15 a mais de 100 mil anos. O processo de domesticação terá provavelmente começado pela seleção de crias de lobo que mostrassem ter características de interesse, possivelmente associada à caça e à capacidade de comunicação com os humanos. Mais tarde, outras características terão sido selecionadas e hoje o cão é talvez o animal doméstico que apresenta a maior diversidade de raças. Muitas delas com apenas 500 anos!
Foto: Flickr/Tambako the Jaguar
Texto produzido em parceria com o Concurso "Um livro sobre evolução"
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