A Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) distinguiu dois investigadores portugueses com trabalhos sobre a doença neurodegenerativa de Huntington e o sistema de navegação dos cromossomas. A entrega dos prémios, no valor total de 800 mil euros, realizou-se hoje na sede da FLAD, em Lisboa.
O júri selecionou, entre 70 candidaturas, os cientistas Ana Cristina Rego, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC) e Hélder Maiato, do Instituto de Biologia Molecular e Celular da Universidade do Porto, nas áreas de investigação básica e investigação aplicada.
A investigadora do CNC pretende saber por que motivo a doença de Huntington, doença neurodegenerativa de origem genética e sem cura, progride de maneira diferente em pacientes que têm as mesmas alterações genéticas.
Queremos "perceber, a nível celular, quais as alterações moleculares que possam justificar a alteração em termos de progressão da patologia", referiu em declarações à Agência Lusa.
O objetivo deste trabalho é criar células estaminais pluripotentes, as que são capazes de gerar outros organismos, provenientes de familiares de pacientes com a patologia.
Na área da investigação básica, Hélder Maiato tenta perceber o sistema de navegação dos cromossomas nos quais acontecem processos de divisão celular. Neste eventos "podem ocorrer erros e é importante entender quais são os mecanismos de deteção e de correção desses problemas", refere o cientista em entrevista ao Ciência 2.0. Estes problemas estão associados ao aparecimento de doenças como o cancro, caracterizado por uma desordem nos cromossomas.
O grande objetivo do investigador é desenvolver uma forma de, durante a divisão celular, levar os cromossomas a distribuírem-se de forma ordenada numa célula.