No primeiro dia Internacional do Fascínio das Plantas (dia 18 de maio), o Ciência 2.0 visitou o Jardim Botânico do Porto. Fazemos-lhe, por isso, uma visita guiada, escrita e fotográfica, a algumas das muitas espécies de plantas presentes neste espaço que serviu de inspiração à escritora Sophia de Mello Breyner.
Apresentamos de seguida uma série de espécies de plantas e de curiosidades acerca das mesmas, bem como um slideshow onde poderá vê-las.
Agave-azul (Agave tequilana) – Pertence a um grupo de plantas, denominadas plantas suculentas. Suculentas são plantas que apresentam um engrossamento e carnosidade de partes da sua anatomia, geralmente com o objetivo de reter água em condições de aridez. O fruto da agave-azul é muito semelhante ao ananás. Desta planta pode ser destilada a tequila, obtida através da fermentação da seiva da planta. Para esse efeito é utilizada a porção central aérea (a piña) do corpo da planta, onde se encontram as folhas mais tenras e jovens.
Agave ferox – É uma planta suculenta que produz uma inflorescência ("um caule aéreo com flores") muito grande, nos ramos da qual se desenvolvem, além das flores, estruturas reprodutoras vegetativas - propágulos - que não são mais do que pequenas plantas com raiz e que quando a inflorescência cai (por morte da planta), se separam do corpo principal e enraízam dando cada uma origem a um "clone" da planta mãe.
Em alguns países (Portugal não se encontra neste grupo), esta planta é polinizada por morcegos poliníferos que, ao beber o néctar, deixam ficar o pólen que têm no pelo.
Dragoeiro ou árvore do dragão (Dracaena draco L.)- A resina desta planta, quando oxidada, é de cor vermelho-sangue e chegou a ser usada para tingir a roupa e também para a preparação de incenso.
Salgueiro-chorão (Salix babylonica)- Esta árvore pode chegar aos 25 metros de altura. Os seus ramos novos e pendentes parecem transmitir uma sensação de tristeza e melancolia, pelo que esta árvore pode ser encontrada em alguns cemitérios. É na casca do tronco (que é rica em Ácido Acetilsalicílico) que é inspirado o princípio ativo da aspirina.
Sequóia-sempre-verde (Sequoia Sempervirens) – É originária dos Estados Unidos e conhecida pela sua longevidade, pois pode durar até aos 900 anos. Pode ter até 100 metros de altura e 10 metros de diâmetro, quanto ao tamanho do tronco.
Ginkgo biloba- É uma planta oriunda da China e é considerada um fóssil vivo. As suas sementes, de onde se extrai a infusão de Ginkgo biloba, são usadas para vários fins medicinais, como para melhorar a circulação sanguínea ou ajudar na prevenção do Alzheimer.
Gilbardeira (Ruscus aculeatus L)– Esta planta, por ser muito resistente, era usada no fabrico de vassouras, os vasculhos, para limpar chaminés e foi muitas vezes arrancada para os arranjos na época natalícia. Trata-se de uma espécie que é utilizada na medicina tradicional e ervanária, para melhorar a circulação sanguínea no cérebro, pernas e mãos. Também é usada para aliviar a obstipação, reduzir a retenção de água e melhorar a circulação, nomeadamente na redução de hemorróidas. Pode viver para além dos 20 anos.
Digitalis (Digitalis L.)- Chama-se Digitalis, porque as suas flores lembram dedos (como se fossem os dedos de uma luva). Esta planta é utilizada na preparação de medicamentos para problemas cardíacos.
Metrosideros (Metrosíderos excelsa)- Naturais da Nova Zelândia, são plantas que produzem também raízes aéreas. São plantas que ocorrem ao longo do litoral.
Papiro (Cyperus papyrus) - Desta planta era extraída a medula (parte interna e esponjosa) do caule para fazer um composto com o qual se produzia um material que podia ser usado como suporte de escrita. Desta planta obtinham-se muito mais recursos. Foi utilizada para a produção de variados utensílios como cestos, móveis e até barcos.
Estes dados e muitos outros podem ser conhecidos durante as visitas guiadas realizadas no Jardim Botânico.
Neste dia discutiram-se, em várias conferências, temas variados como a simbiose das plantas leguminosas e das bactérias que pode ser uma ajuda para o planeta Terra ou a importância em termos económicos de apostar nas plantas aromáticas e medicinais. O Ciência 2.0 irá desenvolver, em breve, um dossier onde constarão alguns destes temas.
(Alterado em: 15/01/2013)
Foto: Renata Silva
(na foto: Papiro)
Este artigo deu origem a uma pergunta no quiz de ciência LabQuiz, um divertido jogo desenvolvido pelo Ciência 2.0 para Android e iOS.
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