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Alberto Carneiro: "É preciso inovar, criar sinergias entre as pessoas da comunidade e as da Universidade”

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O Olhar de...

- Artista plástico português (mais informações)

- Antigo Professor da ESBAP (1972-1975) e da Faculdade de Arquitectura da U.Porto (FAUP), entre 1985 e 1994

- Antigo Estudante da Escola Superior de Belas Artes do Porto (ESBAP), com diploma em Escultura (1967)

- Prémio Nacional de Escultura (1968); Prémio Nacional de Artes Plásticas / AICA (1985)

 

- Como é que teve origem e se desenvolveu a sua ligação à ESBAP e posteriormente, à Universidade do Porto via FAUP? Que principais momentos guarda da sua experiência enquanto estudante e professor?

 

A minha ligação à ESBAP começou com a minha matrícula no Curso de Escultura em 1961, o qual terminei em 1967. Em 1971, quando regressei a Portugal depois de ter feito a pós-graduação em Escultura na Saint Martin’s School of Art de Londres, fui convidado para ensinar Desenho no Curso de Arquitectura da ESBAP. A partir de 1962 leccionei simultaneamente nos Cursos de Arquitectura e de Escultura. Em 1976 optei por ensinar apenas no Curso de Arquitectura e iniciei a Cadeira de Desenho da Arquitectura no 2º ano. Transitei com o Curso de Arquitectura para a Universidade do Porto.

Como estudante de escultura guardo o reconhecimento da atenção sobre a minha liberdade de criação, num tempo de repressões, muito pela acção clarividente do Arquitecto Carlos Ramos, então Director da ESBAP.

Como professor relevo o ensino desenvolvido pelo Curso de Arquitectura a partir de 1976 na construção da identidade de uma escola onde o trabalho interpessoal foi possível para que aprendizagens abertas e plurais acontecessem.

 

- Qual a importância da ESBAP/U.Porto no seu percurso profissional/artístico e que modo foi de encontro às suas expectativas?

 

Hoje, a minha posição crítica relativamente ao Curso de Escultura confirma as impressões da época quanto a insuficiências de formação, particularmente em aberturas para outras formas ou vias da inventiva. O curso estava encerrado no formulário da estatuária e nos estereótipos do correspondente academismo. A informação sobre a arte contemporânea era escassa e muitas vezes sonegada. A discussão de ideias era exígua e pobre. Contudo os alunos tinham entre si actividades culturalmente relevantes, como as exposições extra-escolares desenvolvidas e integradas nos espaços da ESBAP. Propiciaram-se iniciativas e trocas culturais profícuas e assim foi possível afirmar outras alternativas sem os constrangimentos de uma censura determinante. Depois, ao longo do meu magistério no Curso de Arquitectura, foi possível articular conceitos e proceder a verificações de análise e de estudo entre a prática do escultor e a actividade do professor, o que correspondeu às minhas expectativas. A obra do escultor alargou horizontes pelas verificações do seu ensino e este estruturou-se na inventiva daquela.

 

- Como avalia o papel desempenhado pela Universidade no seio da comunidade (cidade, região, pais), com particular enfoque na área da intervenção cultural e artística?

 

A Universidade tem hoje um papel relevante na comunidade em todos os sectores de actividade e investigação, artística ou outras. No entanto, considero que, para além do relevo de algumas manifestações culturais, que têm acontecido por iniciativa e no seio da Universidade, muito mais poderia ser feito. Há de facto um longo caminho a percorrer. É preciso inovar, criar sinergias entre as pessoas da comunidade e as da Universidade para que todos se sintam a participar em algo que é pertença de muitos, desconstruindo os equívocos que sempre se podem instalar.

 

- Que caminho deverá ser percorrido para afirmar cada vez mais a Universidade no contexto regional, nacional e internacional? Como prevê o papel de uma Universidade do Porto daqui a 100 anos?

 

O caminho da interacção cada vez maior entre a Universidade e a comunidade, que implique a criação e discussão de ideias e resoluções em qualquer contexto. Vias de abertura às diferenças no sentido de construir uma identidade que considere e absorva tudo o que possa convergir criativamente. Um estar e um ser criativos permanentes, de investigação e de busca de algo mais numa lógica de rigor e de verdade. Mantendo-se a Universidade do Porto com os objectivos hoje expressos e alargados os âmbitos e propósitos das sua acções de formação e intervenção social, científica e cultural, com a autoridade dos seus relevantes 100 anos de actividade e as competências já demonstradas, poderemos esperar que nos próximos 100 anos ela seja ainda mais fundamental para a nossa vida num reconhecimento universal das nossas ciências e das nossas artes.

 

- Mensagem alusiva aos 100 anos da Universidade do Porto.

 

100 anos é uma linda idade se fortalecida pelo reconhecimento de que pode ser ainda melhor.

 
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