26 de Março de 2012
Segundo José Marques dos Santos, “a Universidade do Porto vive um dos momentos mais altos, se não mesmo o mais alto da sua centenária existência”. As palavras do reitor da U.Porto marcaram a Sessão Solene comemorativa do Dia da Universidade, o evento que, no passado dia 22 de março, assinalou o encerramento oficial das comemorações do Centenário da instituição.
No dia em que a U.Porto celebrou 101 anos de vida, o Salão Nobre da Reitoria encheu-se de figuras da academia e do país que se quiseram associar à festa da Universidade. Uma ocasião que José Marques dos Santos aproveitou para lembrar um ano de celebrações marcado pelo “reforço da ligação da Universidade à cidade, à região Norte e ao País”. Mas também para vincar o “sucesso alcançado nas várias vertentes” de atuação da instituição, base do compromisso que vai mobilizar a Universidade nos próximos anos: “Temos a ambição de vir a integrar o pelotão das 100 melhores universidades mundiais em 2020”.
O panorama atual do ensino superior em Portugal não passou ao lado da intervenção de Marques dos Santos. Segundo o reitor, "urge rever o modelo de financiamento público ao ensino superior". Notando que "as instituições de ensino superior não podem orientar-se por uma lógica exclusivamente empresarial", Marques dos Santos, avisa que "o ensino superior não terá capacidade para suportar, no modelo atual, mais cortes no financiamento público". Algo que, a U.Porto, não deve ser resolvido através do aumento das propinas. "Não nos parece que uma maior comparticipação dos estudantes no financiamento das instituições seja, neste momento, a estratégia mais eficaz", defendeu o reitor.
O financiamento das universidades e a situação dos estudantes estiveram, de resto, na ordem do Dia da Universidade. Convidado de honra da sessão, o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho saiu em defesa da descentralização das instituições de ensino, elogiando a aposta da U.Porto nas “reformas da governação, na diversificação da oferta formativa e na internacionalização”. Num discurso em que apontou o “aperfeiçoamento de políticas de qualidade no Ensino Superior“ e a "qualificação profunda, real e abrangente" dos portugueses como prioridades do executivo, o chefe do Governo apelou ainda à “cooperação entre as universidades e o mundo empresarial”. Uma aposta que passará pelo lançamento, em 2013, de programas de bolsas de doutoramento com patrocinadores empresariais e de apoio à inserção de doutorados em empresas.
Já depois de ter ouvido as críticas de Luís Rebelo - presidente da FAP e representante dos estudantes da U.Porto - às novas regras sistema de atribuição de bolsas de estudo, Passos Coelho considerou que o novo modelo significa“ um modo mais justo de calcular o rendimento per capita". Ao lado de Nuno Crato, Ministro da Educação, do Ensino Superior e da Ciência, o primeiro-ministro aproveitou também para anunciar a abertura de fases adicionais para candidaturas e a criação da possibilidade de empréstimos através de uma linha de crédito.
A cerimónia do Dia da Universidade contou ainda com as intervenções de Paulo Azevedo e de Luís Portela, presidentes do Conselho de Curadores e do Conselho Geral da U.Porto respetivamente, bem como de representantes dos estudantes e dos funcionários da instituição. O cientista Alexandre Quintanilha foi o orador convidado, tendo dedicado a sua intervenção ao tema “Potenciar a ousadia humana”.
A
entrega de prémios a diversos membros da comunidade U.Porto, o descerramento da lápide de "Encerramento das Comemorações do Centenário da U.Porto" e a
entrega da Medalha de Mérito da U.Porto a Luís Valente de Oliveira, presidente da Comissão Organizadora das Comemorações do Centenário da U.Porto foram outros momentos altos da sessão.
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